Em 21 de dezembro de 2017, a empresa norte-americana Boeing anunciou a intenção de comprar a Embraer. Os termos dessa negociação não haviam sido concluídos até o lançamento desta revista. Ainda assim, já há muito o que dizer, temer e fazer a esse respeito.
O calor dos acontecimentos nem sempre é a melhor temperatura para analisar em profundidade o momento presente, mas a espera por definições é um luxo que os trabalhadores e todos os interessados na soberania e indústria nacionais não podem se dar.
Com urgência, porém muito rigor, reunimos nesta revista 13 artigos de pesquisadores e ativistas sindicais cujas trajetórias estão diretamente ligadas ao tema Embraer ou às questões que afetam os trabalhadores frente às fusões e aquisições em um cenário de crescente precarização e desregulamentação do trabalho.
O tema será abordado por ao menos três vieses:
- a) essa negociação é prejudicial à soberania nacional?
- b) qual o futuro dos trabalhadores caso o controle total ou parcial da Embraer seja adquirido pela Boeing?
- c) é possível para a Embraer sobreviver, em um mercado altamente competitivo, sem ter seu controle alienado para a Boeing ou outra companhia?
O diálogo entre a academia e dirigentes sindicais está presente a todo momento, a fim de que todos possam desempenhar plenamente suas atribuições ao relacionar de forma viva a pesquisa e a vivência prática.
Por fim, agradecemos profundamente todas as autoras e autores que prontamente contribuíram para fomentar esse debate. Sem eles, não seria possível fazer chegar ao público essa contribuição diversa e de qualidade.
Renata Belzunces
Técnica do Dieese